sábado, 18 de maio de 2013

A verdade sobre Vanderlei Luxemburgo

Por Márcio Manente

Os jogadores têm alguma culpa pelo FIASCO de quinta? Sim, claro. Afinal, eles que entram em campo e resolvem. Vargas podia ter feito aquele gol no finalzinho do jogo. A zaga podia ter interceptado a jogada estranha do tal do Medina. O Cris podia ter um neurônio a mais no jogo de ida. E os exemplos não acabam por aqui. Impossível isentar os jogadores de culpa. Mas, sinceramente? Credito a eles uns 15% dessa responsabilidade pela eliminação. Os outros 85% eu coloco na conta de Vanderlei Luxemburgo.

Como já falei noutros textos, Luxa é CAGÃO. Entende MUITO de futebol, sabe do que fala, tem conhecimento, tudo certo. Mas infelizmente é cagão. Não à toa se dá melhor em pontos corridos. No mata-mata, sobretudo da Libertadores, a coragem é fundamental. Não basta ter futebol, tem que ter BRIOS.

COMEÇANDO DO COMEÇO

Não condeno o torcedor que pediu a permanência do Luxemburgo no final do ano passado. Apesar dos fracassos na Copa do Brasil e Sul-Americana, fez bom trabalho no Brasileirão. E vi, naqueles fracassos, maiores parcelas de culpa dos jogadores. Tanto no que diz respeito à atitude deles, quanto à própria qualidade do elenco mesmo, bem inferior ao que temos hoje.

Mas o trabalho foi bom. Felipão era o único nome que eu aceitava para substituir o Vanderlei naquele momento. Qualquer troca pela mesmice que o mercado oferece seria pior para o clube, creio eu. O torcedor viu isso e pediu pela permanência de um “projeto” que já estava em andamento. Pediu por um treinador que encerrou bem o ano e não precisaria de tempo se adaptando aos jogadores, à realidade atual do clube, etc. Enfim, nada absurdo o pedido na época. Não sejamos oportunistas.

Koff não teve escolha. Não ia chegar contrariando um estádio lotado. Sua única cartada possível era Felipão. Não sei se houve negociação, tampouco se ela era tão simples. Sei que qualquer outro nome no lugar de Luxemburgo, naquele momento, iria gerar um desgaste enorme com o torcedor.

SINAIS DE CAGONICE

Me desculpem o termo, mas não há outro para definir Luxemburgo. “Medroso” não é a mesma coisa. E nosso treinador dava esses indícios de cagonice a toda hora. Inclusive fora das 4 linhas.

No programa do Galvão Bueno, no Sportv, às vésperas daquele decisivo Grêmio x Huachipato, Luxa repete umas três vezes que “é lamentável a atitude de dirigentes brasileiros que demitem treinadores pós eliminações”. Preparando terreno pra uma eliminação. Na época comentei isso aqui, não engoli. É essa segurança que ele passa aos jogadores? Como a DIREÇÃO vai confiar nele se nem ele confia? Eu passei a confiar cada vez menos.

A GOTA D’ÁGUA

Dizem que antes de morrer nossa vida passa inteira diante de nossos olhos. Pois, minutos antes da morte do Grêmio nessa Libertadores, vi a trajetória inteira do Luxemburgo passando diante dos meus olhos. Me dei conta de que sua cagonice é maior do que eu pensava. O último Gre-nal do Olímpico, Gauchões, classificações sofridas na Sul-Americana, eliminações toscas, etc.

O jogo de ontem foi patético. O Grêmio deixava o Santa Fé tocar a bola até o meio-de-campo. Começava uma marcaçãozinha serena ali pelo centro do gramado, apertava mais um pouco alguns metros adiante e, já dentro da nossa área, aí sim era desespero. Já os colombianos NOS MORDIAM. Não deixavam nossos zagueiros respirar. Isso nos atrapalhou MUITO. Mérito deles. Cagonice nossa.

O Elano jogou quase de zagueiro. Não vi ele no meio. Pará subiu duas vezes. André Santos não mais que isso. Na frente, Vargas disparava, olhava pro lado e… Ninguém. Alguns segundos depois, Barcos e Zé Roberto surgiam pra ajudar. E só. O resto do time ficava lá atrás. Com MEDO de tomar gol.

Essa postura não é do time, dos jogadores. É orientação técnica. Impossível 11 jogadores serem tão burros. Era nítido que foram orientados a ficar mais atrás, ESPERANDO o Santa Fé. O coitado do Vargas jogou bem até. Lutou, correu, puxou contra-ataque. Mas tava sozinho. De repente o Barcos dominava um balão do Dida e… Tava sozinho também. De repente o Zé disparava, tocava pro Barcos, ele devolvia pro Vargas e… Acabava a jogada. Só 3 jogadores tentando atacar, a marcação anulava todos rapidinho e fim de papo. Vargas só teria feito gol nos primeiros 80min de jogo se fosse o Messi. Uma hora ia conseguir driblar 6 adversários e chutar no ângulo. Mas não sendo o Messi ficava difícil resolver tudo sozinho.

Aí tomamos um gol. E nos 10min finais resolvemos jogar. Resolvemos ser Grêmio. Resolvemos ter a postura de um Campeão Mundial diante de um time cujo atacante é CRISTIAN BORJA, RESERVA DO CAXIAS NO GAUCHÃO. E nesses 10min tivemos umas 2 chances boas. “Ah, mas o gol que o Vargas perdeu é inaceitável”. Ok, foi feio mesmo. Mas se o time não tivesse postado em campo de forma covarde, de repente ele teria mais umas 3 chances, feito 2 gols e se consagrado. Errar a ÚNICA chance que teve é triste, mas normal. É do futebol. A covardia do treinador é que não é normal.

Até entenderia essa postura EXTREMAMENTE DEFENSIVA se tivesse sido 2×0 na Arena. E mesmo assim eu condenaria. Teria que tentar pelo menos algumas investidas, marcação mais forte. Mas entenderia. Agora, com 2×1 em casa, foi patético o que vimos em Bogotá. “Mas será que não marcaram em cima a saída de bola por causa da altitude? Pra se pouparem?” Não. O jogo da Arena foi idêntico: Santa Fé nos mordendo em cima e nós deixando eles saírem jogando bem belos. Aliás, todos os jogos do Grêmio são assim. Mas isso fica mais nítido quando pegamos um time que marca em cima. Quando pegamos um Fluminense totalmente ABERTO pelo Abel Braga, aí fica mais fácil. Dá até pra fazer um crime bonito.

RESUMO

Por mim, tchau, Luxa. Jogadores tiveram lá sua culpa sim, mas vi um erro grave de postura. Isso é de cima. Vargas foi bem, Dida foi decisivo. O resto foi médio, foi “ok”. Difícil se destacar jogando 80min na defesa. Faltou comando. Faltou coragem.

“Mas não é burrice demitir Luxemburgo justo agora que vai começar o Brasileirão, com pontos corridos?” Já pensei nisso. Mas acho que a cagonice do Luxa já tá minando o grupo. Pode estar perdendo a confiança dos jogadores. Todos que saíram do Grêmio dispararam contra ele nas coletivas. Edilson, Vilson, Julio Cesar. Devo estar esquecendo alguém. Fora o caso do Moreno. E agora até o irmão do Barcos parece que se manifestou contra nosso treinador nas redes sociais. Barcos que, diga-se, chegou a dizer que não estava rendendo por causa de uma formação que não lhe favorecia. Luxemburgo perdeu a mão. Eu acho.

Precisamos de homens de coragem. Isso aqui é Grêmio. Temos um baita elenco. Tchau, Luxemburgo. Obrigado por tudo, que foi nada, e tchau.

ARTIGO DE LUCAS VON

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